quinta-feira, novembro 30, 2006

Vocês lutam pela conquista do poder. Nós.... Por valores e tradições.

Um dia Adriano emprestou-me um dos seus livros preferidos. Confesso que não o li todo, mas voltarei a tentar. Mas há uma frase nesse livro que Adriano, pelo menos numa ocasião, citou e hoje deixo-a aqui:

"Vocês lutam pela conquista do poder. Nós pela democracia pela liberdade e pela justiça. Mesmo que vocês consigam vencer o poder, nós continuaremos a lutar pela democracia, pela liberdade e pela justiça".

Sub-Comandante Marcos


Cordiais Cumprimentos
Hilário

quarta-feira, novembro 29, 2006

O candidato Capa Negra

Corria o ano de mil novecentos e troca o passo, e, na velha academia coimbrã, era novamente altura de ir a votos e de escolher um novo líder, pois o anterior não se queria voltar a candidatar.
Capa Negra, um sujeito discreto, meio desconhecido lá da academia, a princípio não sabia, mas depois de muito pensar, lá se decidiu, "Vou lutar! Vou-me candidatar".
Os outros que a par dele se candidataram, a candidatura já há muito estava decidida. Apesar de não saberem bem para que iam, ficava muito bem no curriculum, e não havia nada para pensar, era mesmo para avançar! Sem dúvidas, sem medos ou receios, sem ideias nem ideais, com meios mas sem mais, e até um havia que nem sabia ler nem escrever.
Eram eles o Rosinha, o Laranjinha, o gajo das ferramentas, cujo nome não me consigo lembrar, e um outro qualquer coisa Partido, mas este último não era o candidato mais popular.
Todos eles sabiam já há bastante tempo que se iriam por esta altura encontrar, e quando viram o Capa Negra avançar, troçaram em coro e riram até se fartar.
Capa Negra ignorou isso, avançou em linha recta desde o início, estabeleceu a meta que com o seu projecto pretendia alcançar, e segundo o que acreditava, essa meta coincidia exactamente com o que aquela academia necessitava.
Ao contrário, os outros candidatos explicavam a todos os que passavam, de forma tão erudita que nem sabiam o que diziam, e tão chata que deixavam qualquer pessoa danada, que os seus projectos eram tão importantes como quase nada. O que era bom era que eles para lá fossem, isso é que interessava, e quanto à academia e aos estudantes... mas quem é que com isso ainda se importava? Votem em mim, eu dou-vos um aperto de mão, e um dia destes, quando for ministro, mando-vos um abraço pela televisão.
Capa Negra escolheu para os respectivos cargos as pessoas que moral e intelectualmente mais valiam. Os outros candidatos escolheram as pessoas que mais votos lhes valiam.
Chegada o dia das eleições, Capa Negra reuniu-se com os amigos em sua casa. Não confessava, mas acreditava ainda num milagre tão grande como os estudantes escolherem o melhor para eles.
Os outros candidatos reuniram-se num restaurante para comemorar.
Capa Negra ficou em último lugar, ganhou um candidato que oferecia mais brindes do que uma empresa farmacêutica aos amigos que pusessem pessoal a votar.
Na Rádio Universidade de Coimbra, quando foi entrevistado, Capa Negra confessou que estava desiludido pelo facto dos estudantes não terem no seu projecto acreditado, e que ainda assim muita fé neles e nesta academia depositava.
O homem da noite, o vencedor das eleições, já embriagado ao ser entrevistado, afirmou que desde sempre soubera qua iria ganhar as eleições, e que ia cumprir o que tinha prometido, assim que tomasse posse. Na sala de estudo seria um varão erguido, e vários sofás lá seriam colocados, e a sala seria após as obras baptizada, e levaria uma placa à entrada onde se iria ler. "Aqui, onde antes se estudava, foi para os amigos do presidente implantada uma sala para a cowboiada".




Hilário

sábado, novembro 25, 2006

Tomada da Bastilha

Faltam pouco mais de cinco minutos para as doze badaladas da Cabra darem inicio a mais uma celebração da Tomada da Bastilha.
A tradição de celebrar esta data não se perdeu, mas os acontecimentos que deram origem a esta celebração vão caindo no esquecimento. Assim, cabe deixar aqui a história da Tomada da Bastilha:
"No livro "Coimbra de Capa e Batina" de Carminé Nobre vem a seguinte descrição dos acontecimentos:"No rés do chão do edifício, onde se encontra a Associação Académica, estava miseravelmente instalada a Casa dos Estudantes. Duas salas e pouco mais. No primeiro andar, amplo e luxuoso, estava o Clube dos Lentes onde os mestres, instalados em confortáveis sofás, jogavam as aristocráticas partidas de voltarete.
Vinham de longe as diligências realizadas pelos estudantes junto da universidade, no sentido de instalar convenientemente a academia universitária.Baldadamente, pois embora se reconhecesse a justiça das reclamações apresentadas, surgiam sempre dificuldades na sua realização.Ansiavam os estudantes da época por uma sede condigna, onde pudessem receber professores, literatos e homens de ciência. Para tanto, desejavam possuir uma biblioteca, uma sala de conferências, de jogos, etc., mas o seu brado, apesar de justo, não encontrou repetidos ecos para lá da Porta Férrea.Resolveram, então, alguns estudantes da época, agir pelos seus próprios meios, e num grupo deles surgiu uma ideia. Uma luminosa ideia, que tempos depois se transformaria numa realidade para prestígio da Briosa: tomar de assalto o Clube dos Lentes e instalar nas suas salas, a sede da Associação Académica de Coimbra, dando assim realização a uma velha aspiração da Academia.Eram quarenta os conjurados, que cegamente obedeciam ao comité central, constituído pelos estudantes Fernandes Martins, Paulo Evaristo Alves (Padre Paulo) de Direito, Pompeu Cardoso, Augusto da Fonseca (o Passarinho) e João Rocha de Medicina.Em sucessivas reuniões, o comité central foi afinando o plano de assalto. Uma delas realizou-se na Torre de Anto onde a nostalgia de António Nobre pairava ainda em fortes traços de lirismo. Além do comité central, havia os chefes de grupo de inteira confiança, os quais por sua vez, recrutariam os elementos sobre que agiriam directamente.Uma noite, à luz mortiça de um lampião de azeite, velha relíquia de antigas gerações, o comité central deliberou, definitivamente, fazer o assalto no primeiro dia de Dezembro, comemorando o feito histórico de igual data, em 1640. Porém, um dia depois chegou ao conhecimento do comité a notícia, fundamentada ou não, de que a Reitoria apesar de todo o sigilo havido nas diligências já realizadas, tinha conhecimento do que pretendia fazer-se, e procurava evitá-lo, inclusivamente auxiliada pela intervenção da força pública.Uma reunião de urgência levou o comité revolucionário a precaver-se contra qualquer surpresa da Universidade e, assim, deliberou antecipar o movimento e marcar a sua realização para a madrugada de 25 de Novembro.
Chegou a noite. O bairro latino afogava-se em penumbras. Numa casa antiga e em volta de uma mesa escalavrada, reuniu pela última vez o comité. Nessa noite, o Clube dos Lentes deixaria de existir na casa da Rua Larga. Por volta das onze horas estavam as forças reunidas e é curioso notar que os conjurados não conheciam o comité central. Todos os juramentos de fidelidade à causa eram feitos ao chefe de grupo, que, por sua vez, os transmitiam. Sobre a madrugada, frigidíssima e chuvosa, foi escalonado um grupo para assaltar a Torre da Universidade e repicar os sinos festivamente, logo que um morteiro lhe anunciasse que o Clube dos Lentes estava nas mãos da Velha Briosa.Ao partir, receberam as chaves falsas que lhes abriam a porta da Torre.
A chuva caía em bátegas, e como se receasse o êxito desta diligência, que tinha de principiar pelo escalamento da Porta de Minerva, logo Augusto Fonseca, tranquilo e sorridente, destrui essa preocupação, afirmando: "a Torre é connosco". Vem a propósito dizer, que a agitação política daquela época, estendia a sua paixão até aos espíritos mais humildes. E foi certamente por isso, que o serralheiro Alfredo Garoto, com oficina na rua das Covas, ao ser peitado em confidência para fazer as chaves falsas, se apercebeu de que alguma coisa de muito sério se ia passar. E nesta convicção, interrogou em meia voz:-É contra os talassas? Se é, faço tudo de graça.Não foi contra os talassas, mas as chaves ainda hoje estão em dívida.Às 6 e 45 da manhã, a explosão de um morteiro sobressaltou a cidade e os estudantes que se encontravam na Torre ficaram assegurados que o assalto estava consumado.Repicaram os sinos e logo uma girândola de 101 tiros, lançada das varandas do antigo Clube dos Lentes, tornado naquele momento Associação Académica de Coimbra, chamou a Academia à realidade da conquista.Acorreram os estudantes de todos os lados da cidade. Nas primeiras impressões Coimbra julgou tratar-se de um movimento político.O dia 25 foi de festa rija para a Academia. Ao rasar da noite, partiu da Alta com destino à Baixa - a via sacra do estudante - uma marcha luminosa (hoje recordada como o cortejo dos archotes) com milhares de pessoas, pois a cidade associou-se ao regozijo à Briosa. E quando outra madrugada rompeu ainda no bairro latino se ouvia o grito heróico da conquista:- Viva a Academia!Era ao tempo Presidente da República, o grande tribuna e eminente cidadão Dr. António José de Almeida, Presidente do Concelho Dr. Álvaro de Castro, e Ministro da Instrução Dr. Júlio Dantes, a quem a Academia enviou a comunicação telegráfica de que se encontrava instalada na sua nova sede, manifestando também, o seu mais ardente desejo na constante prosperidade de Portugal. Estas três individualidades, desconhecendo o que se passava e julgando, possivelmente que a Academia de Coimbra se instalara pacificamente e com conhecimento da Universidade na sua nova sede, responderam aos cumprimentos recebidos, retribuindo calorosamente e desejando todas as felicidades à esperançosa Academia de Coimbra: "A irreverência foi completa." "
Este texto foi retirado do antigo site da AAC


Velha Academia

terça-feira, novembro 21, 2006

“Há sempre nas gavetas escritores secretos” – Concurso de Poesia

A Velha Academia contou hoje mil visitantes. Como prometido, e porque tal acontecimento merece comemoração, a Velha Academia abre hoje uma vertente cultural dando azo a uma pretensão que tínhamos desde a criação desde blog.

Lançamos hoje então um concurso de poesia com o intuito de tentar descobrir os poetas secretos desta Academia.

Os vossos poemas devem ser enviados para o e-mail velhacademia@gmail.com e podem ser assinados ou anónimos.

O prazo para envio dos poemas termina no dia 20/02/2007. O resultado do concurso será disponibilizado no dia 3/03/2007.

Os três melhores poemas serão publicados neste blog, cada um num post próprio, e por ordem decrescente.

O júri que avalia os poemas recebidos será constituído por nós que escrevemos para o Velha Academia, pelo que os critérios de escolha dos melhores poemas serão puramente subjectivos.

Caso sejam recebidos entre vinte e cinco e cinquenta poemas, todos serão impressos, fotocopiados e encadernados, se os seus autores expressamente o permitirem. O objectivo será fazer cinco livros de poesia (iguais), com os poemas dos estudantes da nossa Academia. Esses livros serão deixados por cinco locais de Coimbra e farão parte do projecto Book Crossing.

Se não forem recebidos pelo menos vinte e cinco poemas, apenas se publicarão os três melhores no blog.

Caso sejam recebidos mais de cinquenta, serão colocados no livro os cinquenta melhores trabalhos (sendo sempre necessário que os seus autores permitam expressamente a sua reprodução).

Contudo, reservamo-nos ao direito de alterar as regras acima enunciadas, nomeadamente esta última, uma vez que faremos todos os esforços para colocar todos os poemas recebidos nos referidos livros, não sendo para já certo que o consigamos fazer.


Velha Academia

Manifestações

As manifestações são uma medida de protesto que causam controvérsia entre nós estudantes. As opiniões dividem-se bastante. Alguns defendem que as manifestações são uma forma de protesto obsoleta e que já não são susceptíveis de através delas se conseguir obter respostas às nossas reivindicações.
Outros concordam com as manifestações como forma de protesto, porém, em face da fraca adesão dos estudantes às últimas manifestações, depreendem que nada se pode conseguir, uma vez que não nos manifestamos a uma só voz, e que tão poucas são as vozes que se levantam.
Por último existem aqueles, como eu, que entendem que as manifestações são o meio idóneo para demonstrar o descontentamento dos estudantes, que apesar da fraca adesão do todo continuam a lutar pelas causas dos estudantes aderindo às manifestações. Haverá, por ventura, quem diga que são os que participam em pequenas manifestações insignificantes que denigrem o nome da nossa Academia, e que contribuem para a suposta má imagem dos estudantes perante a sociedade civil.

Assim sendo, tratarei de aqui explicar aquilo que penso, esperando que quem discorda de mim também me diga porque discorda e o que pensa sobre isto para que eu pense se estou errado, e onde posso estar errado.

A meu ver as manifestações são o modo adequado para o povo manifestar o seu descontentamento perante certas situações com as quais discorda de forma veemente. As classes profissionais manifestam-se… Os habitantes de certas localidades manifestam-se… Os doentes de certos centros de saúde manifestam-se… etc.

Dir-me-ão então, com toda a razão, que poucas são as manifestações que alcançam os seus propósitos. Penso, no entanto, que a nível académico não se viu nos últimos anos uma manifestação digna desse nome, excepto uma manifestação nacional de estudantes que, salvo erro em 2003, levou a Assembleia da República milhares de estudantes de várias Universidades, num protesto contra o desmedido aumento de propinas que na altura era eminente. O montante de propinas efectivamente aumentou, mas, se não estou errado, algumas conquistas foram feitas, se bem me recordo, nomeadamente ao nível da Acção Social.

Depreendo então que os nossos gritos nas manifestações não sejam ouvidos porque somos tão poucos (em relação ao universo em que estamos inseridos) que realmente não teria lógica sermos considerados representativos dos estudantes.

Acredito piamente que se as manifestações contassem com um elevado número de estudantes seria impossível sermos ignorados.

Os sucessivos fracassos das consecutivas manifestações podem desmotivar-nos. Será, por hipótese, esse o propósito de quem nos governa e nos ignora. Não reagir perante as nossas demonstrações de descontentamento face às mudanças que nos impingem, e vencerem-nos pelo cansaço. O plano funciona. É realmente desmotivante… Não reagir vai-nos calando. Mas se assim não fosse, e quando ignorando-nos fizerem elevar as nossas vozes e o número de manifestantes não acredito que nos possam ignorar. É por isso que participo nas manifestações cujas reivindicações me parecem justas, sozinho ou com amigos, tenha ou não alguma coisa para fazer além disso, e assim tranquilizo a minha consciência, ciente de que não baixei os braços quando achei que não o devia fazer.

Quanto à opinião de que as manifestações são um meio obsoleto de protesto e de reivindicação… Discordo. Concordo que não são um novo meio de protesto, já se encontra implementado… Mas não esgotado… Se as manifestações atingirem dimensões consideráveis terão de ser levadas em linha de conta.

Quanto aqueles que concordando com a causa não aderem ao protesto porque ele não será significativo, sugiro que participem, e que como eu vão esperando que mais estudantes venham. Não pensem: “Serei apenas mais um”, pensem apenas: “Eu serei mais um, darei o meu contributo, aumentarei o tom do protesto”, e não se deixem frustrar perante mil batalhas perdidas, ou todos perderemos as sucessivas guerras.

Esta é a minha maneira de pensar. Diz-me o que pensas, conversemos…


Cordiais Cumprimentos

Hilário

segunda-feira, novembro 20, 2006

Serão a FAE (Frente de Acção Estudantil) e o Tu És a AAC novas esperanças para a nossa Academia?

Tenho reparado no trabalho de dois projectos, a “FAE” e o “Tu És a AAC” e fico contente por ver gente empenhada em causas nesta Academia. O que me pergunto é se estes projectos serão novas esperanças para o ressurgimento de uma Academia forte, ou se pelo contrário estarão condenadas a cair por si.

A meu ver, é sempre positivo o aparecimento de novos projectos, de novas convicções, e de novas correntes, independentemente de concordarmos com elas. Quanto mais não seja porque nos fazem pensar.

No entanto, esta apatia geral que se nota em nós por tudo o que nos faça pensar será, em minha opinião, o principal obstáculo que estes projectos se depararão. Não sei o que se pode fazer para contrariar essa tendência, mas aqui no meu cantinho, com a minha “pena”, humildemente, e consciente da minha insignificância, vou tentando ajudar a alcançar esse objectivo.

Pelo que me parece, para além de informar, e consciencializar, estes projectos pretendem também mobilizar, e através disso unir e fortificar a Academia. Não me parece que essa tarefa seja fácil. Vejo-nos demasiado presos ao nada. Agarrados ao que não nos obriga a pensar e ao que nos permite deleitar a nossa mente com a inércia. Todavia, acredito que estejamos a caminhar no caminho certo. Se conseguirmos não baixar os braços e não ceder perante a frustração de não ver por vezes resultados do que fazemos naquele sentido, acredito que comecemos a vencer algumas batalhas. E a verdade é que ainda não vi ninguém baixar os braços. Vejo-os levantarem-se.

Aqui fica o meu reconhecimento…

Se algum leitor fizer parte de algum dos projectos que referi e me puder informar mais sobre os objectivos e ideias de cada um deles, agradecia que o fizesse.

Cordiais Cumprimentos

Hilário

domingo, novembro 19, 2006

A caminho das mil visitas.

O NOSSO blog está a caminho das mil visitas. Celebrámos a chegada de cada um de vocês, e ao atingirmos mil visitas em quatro meses, ultrapassámos todas as nossas expectativas aquando da criação do blog.
Assim, o nosso contentamento em face desta meta, que esperamos atingir em breve, fez-nos pensar que as mil visitas mereciam uma celebração maior. Nesse sentido, pensámos em abrir uma vertente cultural neste blog no dia em que essa meta for atingida. Saberás tudo nesse dia.
Aproveitamos desde já para agradecer aos leitores da Velha Academia e aos que participam nas nossas "conversas".


Com os melhores cumprimentos,
Velha Academia

sábado, novembro 18, 2006

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Cordiais Cumprimentos
Hilário

quinta-feira, novembro 16, 2006

A minha campanha para a DG

O Cunha gastou centenas de euros e muitas horas para te dizer
"VIVE"
O Paulo gastou centenas de euros e muitas horas para te dizer
"ACEITA"
Eu gastei dois minutos e cerca de 237 caractes para te dizer:
"PENSA"


Viriato

terça-feira, novembro 14, 2006

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"Comunicado da Direcção de Informação [2006-11-13]


Hoje a Associação Académica de Coimbra realiza mais uma Assembleia Magna. Ao contrário do que é habitual, não é transmitida pela Rádio Universidade de Coimbra.
A RUC é uma rádio feita por estudantes e para os estudantes e, desta forma, há que transmitir um pedido de desculpa a todos os ouvintes que não ficam informados das decisões tomadas no orgão máximo da Academia. No entanto, e em abono da verdade, há que referir os motivos da não transmissão da reunião de estudantes desta noite.
É prática comum da Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra nunca avisar com a devida antecedência os orgãos de comunicação da Academia. Este facto nunca foi um problema pois a distribuição de cartazes e avisos pelas faculdades e edifício da AAC permitiu sempre a preparação atempada de uma emissão especial. Tal não aconteceu desta vez. Foi apenas pelas 16H do dia de hoje e sendo necessário perguntar a elementos da Direcção Geral se o boato ouvido durante a tarde se confirmava.
Desta forma, e perante a impossibilidade de reunir os meios humanos e logísticos necessários para uma emissão especial em tão pouco tempo, resta à Direcção de informação da Rádio Universidade de Coimbra transmitir um pedido de desculpas aos ouvintes e desejar uma maior antecedência no comunicado efectuado pela DG aos orgãos de comunicação da Academia em próximas opurtunidades.
P'lo Director de Informação


Fernando Oliveira"

Texto retirado do site da RUC

www.ruc.pt

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Cordiais Cumprimentos

Hilário

Latada de Paz em Tempo de "Guerra"

Durante a Festa das Latas que findou no último dia do passado mês, Coimbra foi mais uma vez invadida por um ambiente único de festa.
A Serenata do Caloiro, que muito gostei de ver regressar à Via Latina, deu inicio às festividades, e a ela se seguiu uma semana inteira de euforia que culminou com o cortejo.
Pessoalmente, considero a Serenata do Caloiro e o cortejo os dois pontos mais altos da Festa das Latas. Se a Serenata em nada me desiludiu, o mesmo não poderei dizer do cortejo, que, de todo o modo me agradou bastante. No cortejo vi alegria, amizade, criatividade, humor, simpatia… Porém, com o Processo de Bolonha a bater-nos à porta, as investidas do Governo perante o Ensino Superior e a Acção Social, e muitos mais motivos para contestar, quase não vi o espírito crítico que nos costumava caracterizar nestas alturas, e quase não vi vontade de manifestar descontentamento perante o que quer que fosse. Será que no Cortejo da Queima voltaremos a deixar passar uma óptima oportunidade de sermos críticos?

P.S. – Caro Gonçalo, tu que és dos nossos leitores mais participativos, e que já tinhas falado sobre isso no teu blog, espero que nos deixes a tua opinião. Achas que os carros alegóricos da próxima Queima serão caracterizados pelo espírito crítico, dadas as profundas alterações que o Ensino Superior está em vias de sofrer?

Cordiais Cumprimentos
Hilário

segunda-feira, novembro 13, 2006

Assembleia Magna Hoje

Está marcada para hoje, dia 13 de Novembro, uma Assembleia Magna, pelas 21:30, na Cantina dos Grelhados. Da ordem de trabalhos constam dois pontos:
  1. situação política
  2. e acções a desenvolver.

Velha Academia

sábado, novembro 11, 2006

Esclarecimento

Após ter publicado no blog um post com o título "Sê Mais!", fui alertado para o facto de uma das listas que se irá candidatar à DG/AAC ter como lema "Vive", palavra com que o referido post terminava.
Em virtude disso, a mesma colega que me alertou naquele sentido, depreendeu compreensivelmente que eu estaria a fazer publicidade aquela lista.
Assim, para desfazer possiveis enganos, queria, como prometido, esclarecer que não faço parte de qualquer lista concorrente à DG/AAC, não apoio qualquer delas, e por negligência, não conheço qualquer dos referidos projectos.
É minha convicção pessoal tambem que nenhuma das pessoas que escreve no Velha Academia apoiará neste blog qualquer dos candidatos.
De forma a evitar que aqui se passe qualquer mensagem subliminar, e em nome da tranparência das nossas mensagens alterarei o "vive" com que aquele post terminava por "Sê Mais!", entendendo que nada se perde na mensagem que quis passar com aquele post.
Resta-me apenas agradecer a critica e a participação à colega.


Cordiais Cumprimentos
Hilário

quinta-feira, novembro 09, 2006

Democracia

Segundo a wikipedia, a democracia é «(…) um regime de governo onde o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo). Para usar uma frase famosa, democracia é o "governo do povo para o povo". Democracia opõe-se às formas de ditadura e totalitarismo, onde o poder reside em uma elite auto-eleita.
Democracias podem ser divididas em diferentes tipos, baseado em um número de distinções. A distinção mais importante acontece entre democracia directa (algumas vezes chamada "democracia pura"), onde o povo expressa sua vontade por voto directo em cada assunto particular, e a democracia representativa (algumas vezes chamada "democracia indirecta"), onde o povo expressa sua vontade através da eleição de representantes que tomam decisões em nome daqueles que os elegeram (…)»

É democracia a Associação Académica de Coimbra, sua direcção, pelouros, secções, etc, terem de acatar deliberações de Assembleias Magnas que não têm nem 100 pessoas, quando existem cerca de 22 mil estudantes inscritos na Universidade de Coimbra?
É democracia os membros de núcleos de estudantes terem de acatar as tais deliberações, mesmo que tal vá contra as suas crenças e ideais?
É democracia serem 20 ou 30 pessoas a comandar as acções de politica educativa em Coimbra, dizendo que representam todos os estudantes?
É Democracia certos partidos, de todas as alas políticas, infiltrarem-se em todos os becos politizáveis do associativismo juvenil, para poderem captar mais militantes e atingir os seus objectivos mais ou menos escrupulosos?

Eu acho que não.
Zeca

Manifestação Hoje

A Academia sai hoje à rua numa manifestação através da qual se pretende mostrar o descontentamento face aos actuais problemas do ensino superior.
A DG/AAC aponta como motivos que justificam este protesto os cortes orçamentais de que a Universidade de Coimbra foi alvo por parte do Governo (na ordem dos 3% no Orçamento do Ensino Superior, e na ordem dos 50% na Acção Social Escolar), cortes esses que levarão ao despedimento de docentes e funcionários. Por outro lado, a DG/AAC chama ainda a atenção para o facto de pagarmos 920,16€ de propinas sem que a qualidade do ensino tenha aumentado. Reclama-se também o facto de o horário das cantinas ter sido reduzido, e teme-se a hipótese cada vez mais provável de, no futuro, algumas virem a encerrar ou serem privatizadas. A preocupação com o desemprego é também um ponto que se pretende manifestar hoje. Segundo a DG/AAC, no mês de Agosto do corrente ano havia 40.000 licenciados no desemprego, e segundo a mesma fonte, muitos mais exercem profissões em nada relacionadas com a preparação que tiveram. Motiva ainda esta manifestação um documento apresentado pela Universidade de Coimbra que equipara os futuros primeiros ciclos aos actuais bacharelatos e os futuros segundos ciclos às actuais licenciaturas. A DG/AAC alerta para o facto de já existirem Universidades (como a Universidade do Algarve) que fixaram a propina dos segundos ciclos em 1450€, e de outras Universidades terem já estabelecido médias e numerus clausus também para o segundo ciclo.
Segundo “A Cabra” de 7 de Novembro de 2006 esta manifestação conta com o apoio simbólico de docentes e funcionários que discursarão dando voz aos protestos estudantis.
A concentração está marcada para as 16H no Largo D. Dinis, de onde a manifestação seguirá para o Largo da Portagem onde terminará.
Eu vou lá estar, porque discordo dos cortes orçamentais de que o Ensino Superior e a Acção Social foram alvo, mas também porque ainda não há quem tenha resposta para todas as minhas dúvidas sobre a implementação de Bolonha no meu curso, a um ano lectivo da entrada de Bolonha na minha faculdade. E tu? Vais participar? Diz-me o que te fará participar ou não nesta manifestação.

Cordiais Cumprimentos
Hilário

P.S.- Critica construtiva - Os cartazes da manifestação que foram espalhados pouco ou nada tem a ver com uma manifestação… É possível fazer melhor… E acredito que a adesão fosse maior…

terça-feira, novembro 07, 2006

Bar da AAC abre hoje as portas

O Bar da AAC reabre hoje as portas depois de ter sido completamente remodelado. Depois da sala de leitura, do site da AAC e do site d’ A Cabra, foi agora a vez do bar da AAC sofrer a evolução que há muito necessitava. A reabertura está marcada para as 19:00h de hoje.

Velha Academia

Protesto Silente

Sentei-me e estou aqui a pensar sobre o que iria escrever hoje e finalmente cheguei a uma conclusão: hoje não me apetece escrever sobre nada.


Cordiais Cumprimentos
Hilário

segunda-feira, novembro 06, 2006

Hilário


A 27 de Agosto deste ano, inaugurámos, este blog, tendo a ideia da sua criação nascido de uma “conversa de café”. Os seus objectivos são devolver à Associação Académica de Coimbra e aos estudantes que a integram a união e as características que em tempos lhe foram reconhecidas, nomeadamente o espírito crítico e interventivo. Cada interveniente deste projecto adoptou um pseudónimo. Eu escolhi Hilário. E hoje quero recordar-te quem foi o verdadeiro Hilário, a quem eu roubei o nome, e que o tempo foi entregando ao esquecimento. Augusto Hilário da Costa Alves, nasceu em Viseu em Janeiro de 1864. Frequentou o Liceu de Viseu com o intuito de fazer os estudos preparatórios para admissão à Faculdade de Filosofia, mas os anos foram passando sem que concluísse a disciplina de Filosofia. Matriculou-se depois em Coimbra, mas também aí os resultados não foram famosos e revela-se então um apaixonado pela boémia coimbrã, notabilizando-se como cantor de fado e exímio executante de guitarra. Em 1889/90, foi examinado no Liceu de Coimbra pelos Doutores Manuel Celestino Emídio, Maximiano de Aragão e Clemente Carvalho e tendo feito uma prova admirável foi aprovado com uma boa classificação. Matriculou-se então no primeiro ano de Medicina, tendo assentado praça na Marinha Real dada a sua falta de recursos, recebendo em virtude disso um subsídio do Estado. A sua actividade de fadista e trovador era reconhecida pelo país inteiro, em particular na Academia Coimbrã onde era o “Rei da Alegria”. O seu esmerado trato e a sua cordialidade faziam dele o grande animador dos serões académicos. Nos seus fados interpretou poemas de Guerra Junqueiro, António Nobre, Fausto Guedes Teixeira, para além dos que ele próprio criou. Um dos pontos mais altos da sua carreira foi a participação na festa de homenagem ao grande poeta João de Deus que se realizou em Lisboa, no Teatro D. Maria II, a que se associou a Academia de Coimbra e onde participou, entre outros, o Professor Egas Moniz. No decorrer do espectáculo, após a sua intervenção e em plena apoteose do público presente, Hilário atirou para o meio da multidão a sua guitarra, da qual nunca mais se soube. O Ateneu Comercial de Lisboa ofereceu-lhe aquela que foi a sua última guitarra, que se encontra actualmente na posse do Museu Académico de Coimbra, por especial oferta da família. Em breve mais te contarei sobre Hilário, o imortal estudante de Coimbra, para não tornar este post demasiado extenso.
Cordiais Cumprimentos
Hilário

domingo, novembro 05, 2006

Desabafos

Talvez… Talvez por fraqueza caro colega, talvez por fraqueza te abra hoje o jogo e te diga tudo o que sinto, tudo o que me vai por dentro. Porque nem todos os dias somos fortes, e porque por vezes precisamos desabafar caro colega, hoje desabafo contigo…
Nunca fui muito dado ao desconhecido, ao irreverente, às luzes da ribalta, aos papeis principais, à liderança, à revolta, à luta, à ousadia…
Pelo contrário… Sempre gostei de ser discreto, de escolher muito bem os meus caminhos, de seleccionar e dar ouvidos a bons concelhos, de viver e de me rir das histórias de vida dos outros, das loucuras dos outros, da irreverência dos outros, de basicamente me alimentar das experiências dos outros, daqueles que me rodeiam e que formam aquele circulo mais apertado. Preocupado fundamentalmente em me reger pelas regras e pelos melhores princípios, e sobretudo em certificar-me sempre de que piso chão firme quando dou um passo, de que jogo sempre pelo seguro, para nunca me arrepender de nada do que faço, chego nesta altura, caro colega, à triste conclusão de que me arrependo de não ter vivido mais… É verdade que vivi, mas queria mais. Talvez para isso fosse necessário que tivesse tido a coragem de quebrar algumas das regras que me impus, que tivesse contrariado alguns dos princípios pelos quais me rejo e sempre me regi, talvez devesse ter flexibilizado esses mesmos princípios… Não sei… Talvez…
Também não vivi pouco é verdade… Considero-me boémio e bon vivant na verdadeira acepção da palavra, ou não fosse eu um estudante de Coimbra. Mas queria mais.. não sei… Hoje sinto que perdi algumas coisas que não queria ter perdido.
Mas em mim sempre viveu o sonho de marcar de alguma forma o meu tempo. De fazer algo grande, pelo menos maior que eu, e penso que em cada um de nós vive esse sonho. Mas a descrição que tanto gosto e de que não abdico limita-me as opções, depois a pessoa comum que sou, tão igual a qualquer outra, faz o resto e acorrenta esse sonho.
E já que fui invadido por uma maré de franqueza, e de sinceridade, continuando a desabafar, com o tom de voz de um derrotado, que amanhã será diferente, contar-te-ei também o que sonho eu…
Pois bem, arrependido que estou, quero agora então lutar por algo que considero grande, por uma Academia mais forte e mais unida, isso para mim seria grande (e na verdade, talvez seja tão maior do que eu, que é provável que não o consiga realizar). De uma conversa (com Adriano) surgiu uma batalha. Surgiram também aliados como Ary, Zeca, Aristides e nestes te incluis tu. E sonho que nos uniremos todos, e que faremos renascer uma Academia que sempre foi unida, e que constitui um todo de enorme valor, e com uma força infindável. É com isso que sonho.
Mas sonho mais… Em relação ao Processo de Bolonha sonho que nenhum estudante de Coimbra pague 1500€ nos últimos dois anos de curso, para que desse modo possa ter acesso à profissão que escolheu. Sonho que as cantinas não serão privatizadas, como diz o boato (e designo-o por boato porque é informação que não obtive de fonte fidedigna). Sonho que nenhum estudante deixe de estudar porque a família não pode suportar os custos de um curso superior. Sonho que nenhum estudante tenha que recorrer ao crédito para estudar. Sonho que esta Academia volte a ser vista como uma Academia combativa, defensora de direitos indispensáveis, protectora de quem representa e merecedora de respeito e de prestígio, e que esses sejam reconhecidos por toda a gente. Sonho que um dia, eu e tu lutaremos lado a lado, gritando slogans, não contra o Processo de Bolonha, mas contra os defeitos do Processo de Bolonha, e os prejuízos que nos trará. E sonho que a partir daí, tendo já consciência da nossa força, lutemos sempre que nos tentem retirar direitos de que não podemos prescindir. Sonho que quando houver uma manifestação de estudantes, essa não seja nosso tema de conversa banal e que nós não as desprezemos e as critiquemos muitas vezes sem fundamentos. Que cada um de nós lute pelo todo e não que uma pequeníssima minoria do todo lute por cada um de nós. E se isso não acontecer em relação ao Processo de Bolonha porque não consideras que esta seja uma guerra com fundamento, então que aconteça quando vires que te estão a ser retirados direitos, e quando vires que estão a ser retirados direitos a outros como tu. Se esta não for a tua luta, pelo menos que lutes quando achares necessário.
Penso que este era o meu maior sonho… Ver a Academia unida. Se não for contra o Processo de Bolonha, que o seja quando tiver que ser…
Na tentativa de que me compreendas melhor, deixo-te mais um poema de Pedro Barroso sobre os nossos sonhos:

“Cada um de nós nasce
Com um artista lá dentro
Um poeta, um escultor,
Um aventureiro, um cientista,
Um pintor, um arqueólogo,
Um estilista, um astronauta,
Um cantor, um marinheiro…

E o sonho e a distância
E o tempo e a saudade
Deram-nos vida, amor, problemas,
Mentiras e verdade,
E damos por nós mesmos
Descobrindo que agora se calhar,
Já é um pouco tarde…

E nas memórias velhas e secretas da menina
Morou sempre aquele sonho de um dia ser
Bailarina, actriz, modelo, princesa, muito rica, eu sei lá…
Mas os anos correram num assombro,
E a vida foi injusta em qualquer jeito
Para a chama indelével que ainda arde,
E os filhos… são bonitos no seu peito… Pois é…
Mas agora, agora já é tarde…

E nos papeis antigos que rasgamos
Há sempre meia dúzia que guardamos
São os planos da conquista do Pólo Norte
Que fizemos aos sete anos,
Escondidos no sótão uma tarde,
E estiveram perdidos trinta anos,
E agora, se calhar, maldita sorte,
Por desnorte, acaso ou esquecimento,
Alguém já descobriu o Pólo Norte,
E agora, agora pronto, agora já é tarde.

Há sempre nas gavetas escritores secretos,
Cientistas e doutores,
Desenhos e projectos construtores,
Feitos em meninos,
De tudo o que sonhámos fazer
Quando fosse a nossa vez…

Cientistas em busca de Plutão,
Arqueólogos no Egipto,
Viajantes sempre sem destino,
Futebolistas de sucesso no Inter de Milão!

E o curso da vida foi traidor,
E o curso da vida foi cobarde,
E o ciclo do tempo completou-se,
E agora, agora pronto, paciência,
Agora já tarde…

Agora é tarde,
Emprego, casa, filhos muito queridos,
Algum sonhar ainda com os amigos
Às vezes sair, beber uns copos para esquecer,
Ou para lembrar, e fazer ainda um certo alarde,
Talvez para esconder, ou para abafar,
Como é já tão demasiado, e tão impiedosamente tarde.

Mas não, não!
Nunca é tarde para sonhar.
Amanhã partimos todos para Istambul, Vladivostok,
Alaska, Oslo, Dakar,
Vamos à selva a Timor
Abraçar aquela gente
E às montras de Amsterdam,
Que eu afinal também não sou diferente…
Chegando a Tokio são horas de jantar,
E depois temos que voltar a Bombaim,
Passando por Macau e Calcutá,
Que eu encontro Portugal em todo o lado,
E mesmo fugindo, nunca saiu de mim,
E se esse marinheiro, galã, aventureiro,
Esse já não há,
Pois que lhe saiba cumprir com coerência,
Nos limites decentes da demência,
Nos limites dementes da decência,
E cumpramo-los todos!
Já agora, até ao fim
No que fazemos
Na diferença do que formos e dissermos
E perguntando, criando rebeldias,
Conferindo aquilo em que acreditamos ,
E que ainda formos capazes de sonhar.

E se aquilo que nos dão todos os dias,
Não for coisa que se cheire ou nos deslumbre,
Que pelo menos nunca abdiquemos de pensar,
Com direito à ironia, ao sonho, ao ser diferente,
E será talvez uma forma inteligente,
De afinal nunca, nunca,
nunca ser tarde de mais para de mais para viver,
nunca ser tarde mais para perceber,
nunca ser tarde demais para exigir,
nunca ser tarde demais para acordar!...” *

Pedro Barroso

* Este poema que te trago não foi transcrito, provavelmente não corresponde exactamente ao original uma vez que o escrevi a ouvi-lo cantado.
Para os interessados na obra de Pedro Barroso, para além dos livros por aquele autor editados aconselho o cd Navegador do Futuro do mesmo autor.

Por teres estado a ouvir, hoje não te mando os tradicionais cordiais cumprimentos, mas sim

Um forte abraço
Hilário

sexta-feira, novembro 03, 2006

Sê Mais!

Acorda. Respira. Olha. Vê. Sorri. Levanta-te. Avança. Ouve. Pensa. Fala. Discute. Grita. Chora. Ri. Junta-te. Sente. Emociona-te. Lê. Escreve. Informa-te. Interioriza. Exterioriza. Impõe-te. Expressa-te. Mostra. Apaixona-te. Ama. Diz que sim. Diz que NÃO. Reage. Afirma-te. Age. Cultiva-te. Aprende. Ensina. Compreende. Investiga. Afirma-te. Excede-te. Consegue. Surpreende-te. Erra. Aperfeiçoa-te. Beija. Guarda. Realiza-te. Corre. Liberta-te. Ultrapassa. Luta. Ensina. Ajuda. Cresce. Transcende. Fotografa. Preserva. Cria. Pinta. Desenha. Edifica. Toca. Canta. Acredita. Sugere. Equaciona. Reflecte. Imagina. Idealiza. Sonha. Concretiza. Inicia. Constrói. Orgulha-te. Guarda. Procura. Encontra. Intervém. Participa. Distingue-te. Valoriza-te. Investe. Descobre. Experimenta. Acelera. Arrisca. Alcança. Abranda. Mede. Calcula. Decide. Admira. Descontrai. Enerva-te. Bate. Relaxa. Alegra-te. Motiva. Contribui. Insiste. Evolui. Sê Mais*!


Legenda:
Hobbes: O que estás a fazer?
Calvin: Estou a ser "fixe".
Hobbes: Estás mais com ar de quem está a aborrecer-se.
Calvin: O mundo aborrece-nos quando somos fixes

*Anteriormente lia-se "vive!" onde agora se pode ler "Sê Mais!". Esta alteração destina-se a evitar equívocos, uma vez que uma das listas que se irá candidatar à DG/AAC tem como lema "Vive!", e este post não tem como objectivo apoiar a referida lista, mas sim incentivar-te a seres mais.

Cordiais Cumprimentos

Hilário

O que ficou por dizer antes da Festa das Latas

Antes de mais queria pedir desculpa pelo meu alheamento nestes dias de Festas das Latas.
Cabe agora recuperar o tempo em que estive ausente, e começar por falar do que ficou por dizer.
Li n’ acabra.net duas notícias de que queria ter falado antes da Festa das Latas, mas o tempo é um bem escasso, e só agora poderei fazê-lo.

- Dia 19 do passado mês Outubro a DG/AAC cortou a Rua Padre António Vieira como forma protesto face aos cortes orçamentais decididos pelo Governo.
No Jornal Universitário de Coimbra on-line pode ler-se: “Relativamente à presença de poucos elementos no protesto, o presidente da DG/AAC, Fernando Gonçalves argumenta que “Isto não é uma acção de mobilização. O objectivo é sobretudo transmitirmos à sociedade civil o nosso descontentamento”.

- No dia 20 de Outubro, dia seguinte, pondo em prática uma deliberação aprovada por maioria numa Assembleia Magna realizou-se um debate no Pólo II sobre o que aconteceu no dia 20 de Outubro de 2004, dia em que um estudante de Coimbra foi preso em virtude de uma acção de contestação.
N’A Cabra on-line o lead do artigo sobre este acontecimento é o seguinte: "A acção aprovada por maioria na última Assembleia Magna, contou com a presença de seis estudantes".

Isto faz-me lembrar S. Mateus, V, 13.…
“Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar.”

E o Sermão de Santo António aos Peixes…

Quer-me parecer que nem o sal salga, nem a terra se deixa salgar, nem os peixes, nem o mar salga… Enfim… É que mesmo que discorde de tais iniciativas, sinto saudades dos que antes concordavam, de gente convicta, de gente dinâmica, de gente participativa… Que coisa estranha…


Cordiais Cumprimentos
Hilário
Peritoneal Mesothelioma
Peritoneal Mesothelioma