sábado, setembro 30, 2006
quinta-feira, setembro 28, 2006
As Sete Maravilhas do Mundo
Há uns dias o Adriano colocou um post sobre a votação para as sete maravilhas do Mundo actual, as minhas escolhas são:
- Genocídio - Sudão
- Paralelo 38 - Peninsula da Coreia
- 39,4 milhões de pessoas infectadas com HIV - maravilha global
- Cada 3,5 segundos morre um ser humano à fome - maravilha global
- O muro da vergonha - Israel
- 12,259 espécies de animais e plantas em vias de extinção - maravilha global
- A nossa passividade perante tudo isto - maravilha pessoal
Protesto contra a adaptação dos cursos ao Processo de Bolonha
quarta-feira, setembro 27, 2006
Assembleia Magna de 25 de Setembro de 2006
"Moções aprovadas em Assembleia Magna no dia 25 de Setembro de 2006
1- Concentração de protesto em frente ao Senado Universitário na proxima quarta-feira dia 27 de Setembro.
2- Realização de Plenário, aberto à comunidade estudantil, centrado na discussão do Processo de Bolonha.
3-Solidariedade para com os Professores e Educadores, para a marcha do dia 5 de Outubro.
4- Realização de Uma Assembleia Magna, antes da próxima reunião ordinária do Senado Universitário."
segunda-feira, setembro 25, 2006
Marasmo
aninhámo-nos no cantinho à beira-mar plantado
demos um pedestal ao desinteresse
e semeamos alegres a inércia por todo o lado
Regulamo-nos pelo ponteiro dos séculos
vestimos o "deixa andar" e o "logo se faz".
Portugal é um pântano que outrora foi rio
De quem farão estátuas os nosso filhos?
Portugal quietinho, já dizia o poeta, Portugal quietinho
somos o mar que esqueceu as ondas,
a gaivota que adormeceu no ninho.
"O teu futuro é um caos"
2006/09/13 13:45
Cartazes com este slogan vão estar espalhados pela Universidade de Coimbra. Processo de Bolonha levanta mais «dúvidas do que certezas». Estudantes prometem combate às políticas educativas do Governo
A Associação Académica de Coimbra (AAC) anunciou hoje, em conferência de imprensa, o lançamento de uma campanha de combate às políticas educativas do Governo, com o slogan «O teu futuro é um caos».
«É uma mensagem muito directa, inegavelmente polémica e acutilante, dirigida aos estudantes, que estará presente em vários cartazes na Universidade», explicou à agência Lusa o presidente da AAC, Fernandes Gonçalves.
Segundo o líder estudantil, a campanha tem como objectivo repudiar as políticas do Governo para o ensino superior, nomeadamente o Processo de Bolonha, abordando também as questões do emprego e da acção social escolar.
Sobre o Processo de Bolonha, o presidente da AAC afirmou que os alunos têm mais «dúvidas do que certezas», considerando que a sua aplicação vai «prejudicar os cursos e encarecer a frequência do segundo ciclo», com propinas mais caras.
«Ainda não sabemos como será o regime de transição e como é que o mercado de trabalho vai aceitar esta alteração», sublinhou o dirigente.
Relativamente à acção social escolar, o dirigente alertou para a alegada falta de «investimento do Estado na alimentação - com a entrega de cantinas a privados, embora em Coimbra ainda não aconteça - e no alojamento estudantil».
O presidente da AAC explicou ainda que a campanha se vai desenvolver em três fases. Na primeira, os universitários serão confrontados com uma mensagem que os «fará reflectir», seguindo-se depois uma acção «em grande escala» de sensibilização à sociedade civil.
Por último, acrescentou, será lançado um apelo aos estudantes para que se pronunciem sobre as alterações em curso nas políticas educativas.
sábado, setembro 23, 2006
Dura Praxis Sed Praxis
O ambiente muda. Nota-se... é quase palpável... Voltam-se a ver as negras capas e com elas as primeiras praxes. Aliado a este fenómeno, surgem também as discussões relativas à legitimidade da praxe. Formam-se três grupos: de um lado, os praxistas, argumentando a raíz histórica e o seu valor enquanto património humano desta cidade, do outro, os anti-praxe, calorosos defensores da igualdade entre estudantes e acérrimos acusadores dos excessos da praxe, no meio, os "apraxistas" onde se incluem todos aqueles que, sendo pró ou anti praxe, se vão mantendo longe da discussão.
Não sendo um praxista convicto (parece-me que, na prática, me insiro mais no grupo dos "apraxistas"), mas sendo um observador atento, noto que a situação se está a extremar, com o devido prejuízo para a Associação Académica. Afirmo isto, porque o diálogo entre as partes envolvidas, se alguma vez exisitu, desapareceu por completo. Interessante será investigar porquê.
Sei da marginalização, sobre a forma de pressão, que os novos alunos sofrem quando se declaram anti-praxe. É injusto que tal suceda. A Universidade é de todos, e nessa qualidade há lugar para o pluralismo . A praxe não. É opção de cada um. Os praxistas falham aqui. E muito.
A praxe rege-se por um código. O Código da Praxe. Hoje, encontra-se totalmente desrespeitado, sendo raro encontrar quem o tenha lido e ainda mais raro quem o siga. Os abusos sofridos pelos caloiros de hoje serão os abusos cometidos pelos capas negras de amanhã. Quando se perder a origem lúdica e integrassionista da praxe, perde-se também a sua validade. Deixo isso à atenção dos praxistas.
Relativamente aos estudantes anti-praxe, também eles estão a perder na sua forma de luta. Apelar, sustentanto o que afirmam, à opção pela não-praxe é louvável. Um trajado enforcado nas ruas da Matemática, não é. Tenham isso em mente.
Tendo intregado duas vezes a actividade praxista denominada trupe, fui surpreendido, ambas as vezes, com insultos aleatórios e acusações de fascismo. Se dos insultos pouco se pode retirar para além da intolerância de quem os profere, da acusão de fascismo não posso deixar de revelar estupefacção. Fascista porquê? O luto académico surgiu, em Coimbra, aliado à luta contra o regime. Esta luta não foi feita nem pelos praxistas nem pelos não praxistas. Foi feita por todos. A praxe não é fascista. Argumento falacioso.
Concluo que nem uns nem outros estão certos. Ambos se estão a perder. Aos anti-praxe, sugiro que expliquem os seus motivos. Aos praxistas, que respeitem o Código que aceitarem como seu. Esta é a minha opinião. E a tua?
Adriano
quinta-feira, setembro 21, 2006
O centésimo visitante
Neste momento já mais de cem pessoas por aqui passaram, o que me surpreendeu, dado que este blog foi fundado à relativamente pouco tempo (a 27 de Agosto de 2006), e que praticamente não foi publicitado.
Este é portanto um marco importante para nós, por isso, caro colega e amigo capa negra, agradeço desde já a(s) tua(s) visita(s), e relembro-te que sem ti não seremos nunca o que pretendemos (uma academia unida), e que só conseguiremos aquilo porque lutamos contigo ao nosso lado. Assim sendo, este blog cresceu e hoje somos já muito mais do que quando tomámos esta iniciativa.
Contudo, os nossos visitantes são bastante discretos, talvez um pouco tímidos, e ainda pouco participativos.
Numa tentativa de estimular a vossa participação, e de proporcionar a interacção entre quem escreve para a Velha Academia e quem lê, pergunto-vos: o que pensam vocês deste blog? E que propostas e desafios têm vocês para nós?
quarta-feira, setembro 20, 2006
Sete Maravilhas do Mundo Moderno
segunda-feira, setembro 18, 2006
Primeira Abordagem do Processo de Bolonha
O Processo de Bolonha é um dos temas que penso que neste momento mais devia chamar a nossa atenção, dado que vai mudar de forma drástica (vocábulo que uso sem conotação negativa) o Ensino Superior, e que quando for implementado nos vai tocar a todos, ou pelo menos em todos os que virão depois de acabarmos o nosso curso.
Não vejo contudo quem esteja interessado com o assunto, nem quem me possa ajudar a perceber as transformações que aí vêm. E isso custa-me imenso, pois faz-me constatar que realmente o futuro dos estudantes foi por nós deixado à deriva, e que nos esquecemos que devíamos ter uma palavra a dizer sobre este Processo de Bolonha, o que não quer dizer que pense que deveríamos procurar de alguma forma vetar, impedir, a sua implementação, mas que já que nós estudantes é que vamos ser o principal alvo desse Processo, deveríamos pelo menos discutir as suas características, e os pontos em que não concordamos com este projecto.
Confesso que ainda não estou devidamente informado sobre as alterações que Bolonha vai trazer, motivo pelo qual imprimi o documento que o Ministério da Ciência e do Ensino Superior disponibilizou on-line sobre o Processo (cfr. Link “Processo de Bolonha” no separador Cidades de Conhecimento, neste blog). Não tive ainda tempo de o estudar, esperando poder fazê-lo nos próximos dias, mas fazendo uma leitura diagonal, algumas linhas bastaram para me deixar inquieto na cadeira.
Se já no final, página 69, lê-se, por baixo do título Conclusão III (Apoio a Implementação do Processo de Bolonha), “Este Processo representa uma profunda reforma na vida académica nacional”, na página 27, sob o título ECTS III (European Credit Transfer System), diz-se que, e passo a citar: “O ECTS propõe mudanças ao nível de: Metologia de aprendizagem: mais activa e participativa; Capacidade e competências horizontais: aprender a pensar, aprender a aprender, aprender a ensinar”. Ora bem, parece que afinal Bolonha até vem cheia de boas intenções, e que nos vão ensinar a pensar. Isto é positivo, e o documento refere que “Este Processo representa uma profunda reforma na vida académica nacional”. Peço desculpa por não ter resistido à repetição. Mas quis frisar que até o Processo ser aplicado continuaremos a não saber pensar. Pois bem… Que nos ensinem!
Mas o que me deixa mesmo indignado…… (estas reticências, mesmo assim, parecem-me pecar por defeito) é a conjugação do que se diz na página 50, e passo a citar:“ Em Maio de 2003, por despacho do Ministro da Ciência e do Ensino Superior, foi constituído um Grupo de Trabalho que se assume como um fórum de reflexão e de discussão entre a Administração e a Comunidade Académica.
Este Grupo, coordenado pelo representante nacional no Bologna Follow up Group (BFUG), conta com a participação de representantes do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), do Conselho Coordenador dos Instituto Superiores Politécnicos (CCISP) e da
Associação Portuguesa do Ensino Superior Privado (APESP)”;com o que se diz na página 67, no tópico Conclusões I, e logo abaixo do pomposo título Uma Visão de Cidadania, que no seu terceiro ponto determina que “O Processo de Bolonha preconizam medidas tendentes a: • Participação mais activa dos estudantes na vida da Escola”.
Enfim… pergunto eu, se as medidas que aí vêm tendem para uma participação mais activa dos estudantes na vida académica, porque não foram os estudantes convidados a sentarem-se a mesa daquele mencionado Grupo de Trabalho que se assume como um fórum de reflexão e de discussão entre a Administração e a Comunidade Académica? Não faremos nós parte da Comunidade Académica? Ou não faremos parte apenas do grupo que se assume capaz de reflexão sobre este assunto, e digno de o discutir? Mas mais, porque não se lembraram as Associações de Estudantes das Universidades portuguesas, de humildemente, uma vez que não foram convidadas, pedirem se sentarem naquela mesa?
Como disse, ainda pouco sei sobre este assunto. E a minha ignorância pode corroer o que digo, também reconheço que à primeira vista pouco simpatizo com este Processo. Portanto, à parte do que te digo, informa-te e forma a tua opinião.
De qualquer forma, o que peço é que se lembrem que se houver pontos deste projecto que queiramos discutir, este é o momento, o mal deve ser cortado pela raiz…
Cordiais Cumprimentos
Hilário
domingo, setembro 17, 2006
Aos verdes caloiros, futuros capas negras
Caro caloiro, antes de mais felicito-te pelo teu ingresso na Universidade, e aproveito para te dar as boas vindas à nossa velha academia, à qual espero que muito te venhas a orgulhar de lhe pertenceres.
Agora que soltaste as tuas amarras do cais, e que te lanças à vida em busca de novos mares, com os receios normais de quem deixou o ninho, deixo-te um poema de Pedro Barroso, quanto a mim um dos melhores poetas contemporâneos da língua lusa, que diz tudo o que neste momento te quero transmitir, e que espero ter um dia oportunidade de te dizer pessoalmente.
Hilário
“Depois de algumas horas conversando, alta noite, à frente de uma mesa, por onde já passou vinho de mais e os petiscos da amizade com certeza, com aquela ansiedade natural de quem quer correr todos os caminhos que ainda houver para descobrir na vida, pediste-me uma vez, irmão mais jovem nestas causas por cumprir, que te ensinasse opções, que te aconselhasse e sugerisse, e eu em nítido nulo disse-te nada, e nada realmente foi uma ausência de palavras bem escolhido. Mas de todos os silêncios que há na noite, um outro grande fez-se nos teus olhos, a meio caminho entre a busca e a devoção e um império de perguntas reflectido. Decerto desejavas muito mais do que aquilo que eu te oferecia, mas não há outra resposta, outro sentido, outro nome, outra cara, outro apelido…
Procuravas em mim decerto o conselheiro mais velho e sabedor, mas terás de conformar-te se não te aponto caminhos ideias, nem elucido, que o homem que conheço e habito, sempre resistiu de mais ao outro, ao poeta a que presido.
Contudo, se queres mesmo que te diga alguma coisa, sempre te adianto o que souber, e desculpa lá se não fizer muito sentido…
Não há ontem que não durma, nem hoje que não morra no amanhã, e o futuro não tem cor nem tem partido. Caso a caso a espaços ser feliz, usar excessivamente a vida, mesmo quando não lhe estamos a ver muito o sentido. Agitar sempre antes de usar, como diz no prospecto, e deixar aos outros, embora vigiadamente, os cuidados peçonhentos da gestão, apurar em fogo brando as coisas do afecto, em labaredas a saltar soltar paixão, pouco mais te pode adiantar quem fôr artista, a cada minuto olhar o céu, beber o mar, as pedras da montanha e a fé toda! A cada minuto olhar este país a navegar, é por isso que eu olho o mundo inteiro e olho toda a gente, e cada riso, a cada árvore festejo a boda triunfal da natureza aqui presente, e tenho os animais, e tenho os meus amigos, e tenho o fogo á noite, e tenho o teu sorriso, e tenho a história sempre e a serra ali à vista… Embriago-me todos os dias de futuro e de saudade, embriago-me todos os dias como se fosse eu próprio a liberdade, vou-me bastando a mim mesmo na conquista, que mais posso dizer-te companheiro?.... Que amei tudo de mais!....”
Pedro Barroso