sábado, setembro 23, 2006

Dura Praxis Sed Praxis

Esta semana começou, na Universidade coimbrã, as inscrições para o novo ano, destinada aos alunos provenientes do Ensino Secundário.
O ambiente muda. Nota-se... é quase palpável... Voltam-se a ver as negras capas e com elas as primeiras praxes. Aliado a este fenómeno, surgem também as discussões relativas à legitimidade da praxe. Formam-se três grupos: de um lado, os praxistas, argumentando a raíz histórica e o seu valor enquanto património humano desta cidade, do outro, os anti-praxe, calorosos defensores da igualdade entre estudantes e acérrimos acusadores dos excessos da praxe, no meio, os "apraxistas" onde se incluem todos aqueles que, sendo pró ou anti praxe, se vão mantendo longe da discussão.
Não sendo um praxista convicto (parece-me que, na prática, me insiro mais no grupo dos "apraxistas"), mas sendo um observador atento, noto que a situação se está a extremar, com o devido prejuízo para a Associação Académica. Afirmo isto, porque o diálogo entre as partes envolvidas, se alguma vez exisitu, desapareceu por completo. Interessante será investigar porquê.
Sei da marginalização, sobre a forma de pressão, que os novos alunos sofrem quando se declaram anti-praxe. É injusto que tal suceda. A Universidade é de todos, e nessa qualidade há lugar para o pluralismo . A praxe não. É opção de cada um. Os praxistas falham aqui. E muito.
A praxe rege-se por um código. O Código da Praxe. Hoje, encontra-se totalmente desrespeitado, sendo raro encontrar quem o tenha lido e ainda mais raro quem o siga. Os abusos sofridos pelos caloiros de hoje serão os abusos cometidos pelos capas negras de amanhã. Quando se perder a origem lúdica e integrassionista da praxe, perde-se também a sua validade. Deixo isso à atenção dos praxistas.
Relativamente aos estudantes anti-praxe, também eles estão a perder na sua forma de luta. Apelar, sustentanto o que afirmam, à opção pela não-praxe é louvável. Um trajado enforcado nas ruas da Matemática, não é. Tenham isso em mente.
Tendo intregado duas vezes a actividade praxista denominada trupe, fui surpreendido, ambas as vezes, com insultos aleatórios e acusações de fascismo. Se dos insultos pouco se pode retirar para além da intolerância de quem os profere, da acusão de fascismo não posso deixar de revelar estupefacção. Fascista porquê? O luto académico surgiu, em Coimbra, aliado à luta contra o regime. Esta luta não foi feita nem pelos praxistas nem pelos não praxistas. Foi feita por todos. A praxe não é fascista. Argumento falacioso.
Concluo que nem uns nem outros estão certos. Ambos se estão a perder. Aos anti-praxe, sugiro que expliquem os seus motivos. Aos praxistas, que respeitem o Código que aceitarem como seu. Esta é a minha opinião. E a tua?

Saudações Académicas
Adriano

1 Intervenções

Anonymous Anónimo dixit

Totalmente de acordo. Considero-me + "apraxista". Gosto de usar o traje mas n ando a praxar a torto e a direito so p me dar gozo. É pena q os praxistas n percebam isso .. e k os anti-praxe deixem de ser os verdadeiros fascistas!! Sim pk eles sao akeles q n suportam os praxistas e só por isso resolvem por um boneco trajado enforcado nas matematicas!! Kem é fascista afinal??? Se tivessem sossegadinhos no seu canto sem esse tipo de atitudes talvez as pessoas tenham + em conta as utopias deles!
Cumprimentos

02:37  

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