sexta-feira, outubro 20, 2006

A Raiz do Grande Problema




Que me desculpem os caros colegas leitores se me tenho tornado repetitivo, se tenho ficado obcecado com as Assembleias Magnas, e se elas têm constituído o assunto predominante dos textos que aqui vos deixo, mas penso que as Assembleias Magnas, e a fraca participação dos estudantes que nelas se verifica (caindo de novo em repetições que me parecem inevitáveis), constituem, a raiz do maior problema que enfrentamos. Dou-vos hoje por isso mais do mesmo, sendo possível que me torne cansativo, ao contrário do que queria, pois elegi recentemente o incentivo para a participação dos estudantes em Assembleias Magnas a minha batalha pessoal principal.
Viriato contra mim gritou, e o seu grito em mim tem feito eco. Para mim a razão estava com Viriato. Na altura (28 de Agosto de 2006), deixou aqui um post que entre outras coisas dizia:
“Eu não vou a todas as Magnas! Contra mim falo!
[…]
Contra ti grito!”
Fez-me pensar… E divagando sobre os problemas principais que esta Academia enfrenta foi nas Assembleias Magnas que encontrei a raiz do grande problema.
As Assembleias Magnas são o local próprio onde os estudantes se encontram para debater a situação e os problemas com que se deparam. É nas Assembleias Magnas que se tomam decisões tendentes a colmatar esses problemas. Como já aqui tive oportunidade de dizer, é através das Assembleias Magnas que os estudantes decidem os rumos a tomar, firmam a sua posição. É nas Assembleias Magnas que as opiniões pessoais de cada um e as suas ideias têm hipótese de se tornar estandartes deste colectivo. É nas Assembleias Magnas que os estudantes desta Academia podem intervir activamente, e fazer-se valer, quanto mais não seja, pelo seu voto. É lá que se obtêm informações sobre os assuntos que dizem respeito ao Ensino Superior, e por conseguinte às nossas vidas enquanto estudantes. É nas Assembleias Magnas que se vê a força da Associação Académica de Coimbra. É lá que se alicerçam as suas bases.

Já que isto todos sabemos, e se mesmo assim estas reuniões de estudantes há muito deixaram de conseguir alcançar estes objectivos, cabe então averiguar que motivos levaram a que as Assembleias Magnas perdessem os seus estudantes que as passaram a ignorar.
Tendo-me debruçado sobre isso, penso que o problema fundamental consiste em não sabermos dialogar uns com os outros. Se estamos todos do mesmo lado da barricada, se os nossos objectivos são comuns – uma Academia melhor, não compreendo porque constantemente nos atacamos uns aos outros. É notório em todas as Magnas. Subir ao palanque no intuito de ter um papel activo numa Magna, para dar o seu contributo, é meio caminho andado para se ser insultado na intervenção seguinte. Criticar uma ideia é uma coisa. Ridicularizar uma ideia é outra. São repetidamente usadas analogias sem sentido e ironias destrutivas para se fazer desabar ideias. Não me parecem esses os meios adequados para discussões desta amplitude. O respeito é crucial. Essa frase feita: “Às vezes é preciso chamar os bois pelo nome”, tem a sua graça, mas nenhum boi gosta de ser assim chamado. Perante isto pergunto-me, somos colegas ou adversários? Às vezes fico sem saber. Para mim, quem vê o Mundo de maneira diferente não é meu adversário…
Penso que se deve dar mais atenção à retórica (técnica ou a arte, como preferem alguns, de convencer o interlocutor através da oratória). O que pensamos e o que defendemos não pode de forma nenhuma ser imposto aos outros, as ideias não são retidas nem apoiadas quando são impostas, antes se apreendem pelo valor intrínseco que cada um individualmente lhes reconhece.
Insultos pessoais…? Com que intuito?
E ainda há nas Magnas quem ache que chegando a certo ponto, as discussões só já se resolvem com os punhos. E sobre isto nada direi…
Depois vejo a falta de humildade patente no discurso de muitos dos que intervêm nas Magnas. “Tal ideia é ridícula!!” As ideias não são objectivamente ridículas. São subjectivamente ridículas. Uma ideia minha pode para vocês ser ridícula, completamente descabida. Mas em si mesmas (conceptualmente, se quiserem) as ideias não são ridículas. Tenhamos a humildade de perante uma ideia que em nosso entender seja ridícula dizer apenas “eu discordo” e os motivos concretos porque discordamos, conscientes de que esses motivos podem também ser polémicos, e matéria de discórdia.
Outro ponto que queria falar são os rótulos depreciativos. Os “esquerdalhos”, os “anarquistas”, os “fachos”, os “tachistas”, etc.… Na Academia discutem-se os problemas da Associação Académica de Coimbra. Para melhorar a Academia segundo penso, é positiva a participação de todos, as ideias de todos, e é-me bastante difícil conceber que algum dos grupos rotulados não tenha já dado em alturas anteriores contributos positivos naquele sentido, e se por ventura isso se verificar, não acredito que alguém não esteja apto devido à sua ideologia a dar um contributo positivo intervindo nesta Academia. Que há pessoas que não se preocupam minimamente com a Academia Coimbrã aceito, e que não estejam minimamente empenhadas em melhorá-la acredito, mas segundo a minha maneira de pensar, a estarem interessados todos os estudantes, independentemente das suas ideologias políticas estariam aptos a participar de modo positivo nesta Academia.
Por último, gostaria de frisar a tendência dominante actual e a que tudo isto conduz, e aquilo que intitularia por “Tudo Destruir e Nada Construir”. Criticas são quase sempre boas, se apontam erros reais. Porém, mesmo nesse caso, uma crítica por si só não basta… É necessário encontrar alternativas quando discordamos do caminho a seguir para certo lugar. E quando se discorda de posições é igualmente necessário propor alternativas. Que não se fique só pela critica. Que não se fique num certo sítio porque não estamos a percorrer o trilho certo, que se descubram novos caminhos. Todos vocês têm duas característica de infindável valor: a inteligência e a criatividade, e é por isso, e por mais um milhão de motivos que em cada um de vós reside a minha fé.


“Quem deseja ter razão de certo a terá com o mero facto de possuir língua.”

Goethe
Cordiais Cumprimentos
Hilário

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