Fenix
Caros colegas,
Peço desculpa se o facto de ter passado por uma fase menos boa, em que a minha maneira de ser foi mais intransigente de modo a reforçar as minhas defesas e colmatar a minha maior vulnerabilidade, me levou a tomar uma atitude de que rapidamente me vim a arrepender.
Sou incapaz de vos deixar, de deixar aqueles que ajudei a construir esta Velha Academia (e que nunca me deixaram a meio do que quer que fosse), de deixar esta Velha Academia a meio, mas sobretudo, e desculpem-me também o egoísmo, não sou capaz de me deixar a mim... porque... como disse Pedro Barroso num dos seus poemas, "mesmo fugindo nunca saio de mim".
Acontece todavia, que por vezes parece que tudo nos foge do controlo, e por mais que queiramos agarrar as coisas nada parece encaixar ou fazer sentido...
Mas a vida vive-se por fases... E se fiz as minhas tempestades em copos de água, voltando a mim (e acabamos sempre por voltar a nós), continuo a ser o mesmo que escrevia neste espaço, o mesmo que gostava de "falar" convosco, o mesmo que gostava de acreditar e lutar, e.... manter-me calado, por birra, ou com o propósito de não desvalorizar a minha "palavra de honra" tem sido um tremendo sacrifício.
Assim, em 2007, cabe "arregaçar as mangas, e venha de lá mais vida!".
Cordiais Cumprimentos
Hilário
"Por eso tengo que volver
a tantos sitios venideros
para encontrarme conmigo
y examinarme sin cesar,
sin más testigo que la luna
y luego silbar de alegría
pisando piedras y terrones,
sin más tarea que existir,
sin más familia que el camino."
Pablo Neruda
Fin de mundo (El viento)